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29/05/2010

Afinal, o que é uma vida interessante?



Recebi um texto da jornalista e escritora, Martha Medeiros, que me inspirou a querer administrar ainda melhor 'cada tic e cada toc' do meu relógio, dia a dia.

Alguns sabem que fui uma workaholic por anos e que por muito pouco (mesmo) não tive sequelas físicas, 'consequentes do ritmo inconsequente' que predeterminava cada um dos 365 dias/ano de trabalho, que marcavam meu calendário - sim todos, sem exceção, eram dias de labuta, sob a minha ótica.

Sem tempo para lazer, família, amigos; e pior ainda, sem tempo para mim mesma. Levei esta vida por pouco mais de uma década, quando em mais um novo corte de 'custos' na companhia, foi então a minha vez.
Mas não me arrependo de nenhum empenho dedicado ao meu trabalho, apesar de ter ultrapassado os limites de minha saúde física, mental, emocional e até espiritual. Continuo crendo que nada satisfaz um artista, por mais grandiosa que seja sua obra, se ela não for feita com dedicação, empenho, paixão. A diferença é que hoje entendo que só não devo torná-la uma obsessão, a ponto de fazer a 'tripa a coração' sem saber a quem, a quê, tampouco o porquê...

(...)Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

(...)Você não é Deus. Você é, humildemente, uma pessoa. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

(...)Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinho na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver TV. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas.Voltar a estudar. (...)Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizado e profissional, sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

(...)O homem moderno anda muito antigo.Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for um executivo ISO 9000, não será bem avaliado. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesmo, privilegiar cada pedacinho de si.

(...)E descobrir (...) uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros, jornalista e escritora (Texto na Revista do Jornal O Globo)

23/05/2010

Dois inteiros, não metades!


Conversando com uma amiga hoje, falavamos sobre relacionamentos. Rompimentos e reatamentos. Interessante como o 'processo', por assim dizer, é exatamente o mesmo: tem a fase "quebra-barraco", a fase "me perdoa pelo amor de Santa Maria Madalena Arrependida", a fase "te conheço?", a fase "nunca mais vou respirar se você não me ligar"...a diferença está na 'fase' de maturidade em que estamos, que distingue a forma de enxergar a situação e assim, a atitude adotada para lidar com ela. 

Bom, mas o caso é que chegamos a conclusão de que não existe a "metade da laranja", a "tampa da panela", "tijolinho da construção"(aff...) ou qualquer outro nome que melhor represente a 'geometria' de uma parte complementando uma segunda parte. Enquanto acharmos que a felicidade só se complementa quando (e se) encontra-se a tal 'outra' parte, o 'outro' pedaço, jamais nos sentiremos completos de fato, porque estariamos sempre esperando por algo alheio a nós mesmos, buscando a almejada (e ilusória) satisfação. Sem contar na incessante expectativa sobre o que não há como ser gerenciado, gerando repetidas frustrações - ora pequenas ora maiores - porque simplesmente, não está em nós, mas no 'outro'.

Então não devemos esperar nada de ninguém? Sim, nada. Descrente de todos? Não, não é isso.

A questão é que devemos nos preocupar em sermos UM INTEIRO, para só então poder encontrar UM OUTRO INTEIRO. A harmonia do relacionamento se estabelece quando DOIS INTEIROS se unem e caminham juntos. Complementar um ao outro não está em preencher lacunas, mas em proporcionar vivências que enriqueçam cada um, como pessoa, individualmente, estabelecendo o relacionamento propriamente dito. Do contrário, o que se tem são duas pessoas vivendo 'isoladamente lado a lado'.

Pensemos assim: se se sente feliz, completo, porque acredita piamente ter encontrado sua 'outra metade', o que será de você, se seus outros '50%' te deixar amanhã? Seja por outra pessoa (olha só! quer dizer então que podem haver outras metades?!hum...) ou de repente, como estamos todos fadados um dia, seu 'outro' pedaço venha a falecer. Não é preciso ser nenhum brilhante matemático para concluir que estará condenado para o resto da vida a ser uma meia-pessoa. Nada será suficiente, viverá no razoavelmente mediano.

Ao ponto em que, uma vez estando consciente de que É SIM UM INTEIRO, estará sempre preparado para ser 100% a tudo em sua vida e seus relacionamentos.

Afinal, não é o que todos procuram? Um relacionamento desfrutado por INTEIRO? Não há nada pior para a consciência, que sair de uma relação sem a clara noção de ter sido INTEIRO durante o tempo que durou, e não metade.

14/05/2010

Escultor de tua propria forma.



Ser escultor de tua propria forma. Quantas vezes permitimos ser moldados, ao inves de criar nosso proprio e unico molde? Seja pela necessidade daquele emprego, ou de ser aceito por um grupo X, ou simplesmente, de sentir-se 'parte'...Tornar-se E manter-se fruto do desejo do outro, garante alem de tudo, a auto-estima aniquilada, inexistente. E de quebra, um dia de vida a mais, totalmente, a toa.


"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim." (Charles Chaplin)

04/05/2010

Minha mãe, ALICE...


Como estou indo viajar e passarei o dia das mãe longe da minha, adianto este post como sendo o "especial do dia das mães".

Bem, minha mãe não deve ser diferente da sua, porque a minha é a melhor mãe do mundo: a sua também, acertei? Pois bem, sendo nós, filhos "da melhor do mundo", posso afirmar que somos todos, sem exceção, abençoados. Primeiro pelo óbvio, termos sidos presenteados com a vida. Boa ou ruim (na concepção de cada um), nós a temos, a vida. E vivemos. Segundo que, mesmo não sendo 'ainda' mãe, é impressionante como 'mãe' aflora um sentimento tão confortante, tão seguro, tão amoroso, que mesmo que tivesse nascido homem, saberia senti-lo perfeitamente. Mãe é um sentimento universal. É nosso ponto de partida para tudo o que somos hoje e ainda seremos amanhã. Nossa referência, nosso norte.

Por ocasião de um destino, a minha se chama ALICE. Aproveitando que está super "in" falar de ALICE, eu tenho uma em minha vida. Da mesma forma, como a personagem, sonhadora, corajosa, descobridora de si mesma. E de um jeito bem desconsertado e subconsciente, eu me espelho nela. E gosto, muito, disso. Mas não é fácil. Tenho que não arredar o pé, enquanto não conquistar o que desejo com sabedoria, humildade e bondade incorruptiveis é pra poucos. Essa é a minha ALICE. A Dona ALICE, como é conhecida.

Uma japinha de 1,5m, 'fogo-no-zói' como diz-se lá em casa. Folego e coragem de uma Leoa. Não se dá por vencida diante a nenhuma adversidade. Pode chorar sim, vez ou outra, quem não chora? Mas se reergue, mais forte que nunca. E enfrenta. E vence. E se não vence, aprende e traça uma nova estratégia para o que há por vir.

Essa é minha ALICE em seu mundo de maravilhas. Alguém que muda de tamanho diversas vezes durante um só dia, gigante diante dos problemas, minúscula para acolher alguém necessitado, e assim segue fazendo suas próprias escolhas e deixando suas pegadas, para que possamos segui-las. Nem ela mesma sabe o tamanho da importância de sua própria existência, na vida de quem ela passa...

Mãe, eu te amo por tudo e por mais um tanto...