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23/05/2010

Dois inteiros, não metades!


Conversando com uma amiga hoje, falavamos sobre relacionamentos. Rompimentos e reatamentos. Interessante como o 'processo', por assim dizer, é exatamente o mesmo: tem a fase "quebra-barraco", a fase "me perdoa pelo amor de Santa Maria Madalena Arrependida", a fase "te conheço?", a fase "nunca mais vou respirar se você não me ligar"...a diferença está na 'fase' de maturidade em que estamos, que distingue a forma de enxergar a situação e assim, a atitude adotada para lidar com ela. 

Bom, mas o caso é que chegamos a conclusão de que não existe a "metade da laranja", a "tampa da panela", "tijolinho da construção"(aff...) ou qualquer outro nome que melhor represente a 'geometria' de uma parte complementando uma segunda parte. Enquanto acharmos que a felicidade só se complementa quando (e se) encontra-se a tal 'outra' parte, o 'outro' pedaço, jamais nos sentiremos completos de fato, porque estariamos sempre esperando por algo alheio a nós mesmos, buscando a almejada (e ilusória) satisfação. Sem contar na incessante expectativa sobre o que não há como ser gerenciado, gerando repetidas frustrações - ora pequenas ora maiores - porque simplesmente, não está em nós, mas no 'outro'.

Então não devemos esperar nada de ninguém? Sim, nada. Descrente de todos? Não, não é isso.

A questão é que devemos nos preocupar em sermos UM INTEIRO, para só então poder encontrar UM OUTRO INTEIRO. A harmonia do relacionamento se estabelece quando DOIS INTEIROS se unem e caminham juntos. Complementar um ao outro não está em preencher lacunas, mas em proporcionar vivências que enriqueçam cada um, como pessoa, individualmente, estabelecendo o relacionamento propriamente dito. Do contrário, o que se tem são duas pessoas vivendo 'isoladamente lado a lado'.

Pensemos assim: se se sente feliz, completo, porque acredita piamente ter encontrado sua 'outra metade', o que será de você, se seus outros '50%' te deixar amanhã? Seja por outra pessoa (olha só! quer dizer então que podem haver outras metades?!hum...) ou de repente, como estamos todos fadados um dia, seu 'outro' pedaço venha a falecer. Não é preciso ser nenhum brilhante matemático para concluir que estará condenado para o resto da vida a ser uma meia-pessoa. Nada será suficiente, viverá no razoavelmente mediano.

Ao ponto em que, uma vez estando consciente de que É SIM UM INTEIRO, estará sempre preparado para ser 100% a tudo em sua vida e seus relacionamentos.

Afinal, não é o que todos procuram? Um relacionamento desfrutado por INTEIRO? Não há nada pior para a consciência, que sair de uma relação sem a clara noção de ter sido INTEIRO durante o tempo que durou, e não metade.

3 comentários:

  1. A-M-E-I...
    beijocas, amiga! rsrs

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  2. faltou a metade da laranja... Eu nem quero ser o bagaço dessa história...

    Sim. Inteiros e completos por si só. Eu só posso te fazer feliz se eu me bastar. Isso vale para amizade tb.

    Por isso, por outras... é que procuro ser eu, mais eu. Cada x mais.

    Bjs

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  3. Van, certíssimo.
    Lendo tuas considerações lembrei de minha mãe. Ela dizia sempre que é ingenuidade querermos mudar o outro à nossa maneira para nos sentirmos completos porque a felicidade e o prazer não vem do outro e sim algo que conquistamos dentro de nós, independente de amores, amizades...
    Sou casada faz tempo mas jamais permiti me tornar apenas a metade!Acho até ofensivo quando definem um casal como sendo um só... as mesmas opiniões, atitudes, sonhos...fizeram comigo e detestei!Bjos.

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