Acho que deve fazer parte da minha 'persona-antiqua', apesar dos meus míseros trinta-e-dois aninhos de idade (permita-me dizer!), mas ando vendo que o conceito de 'tradição' há muito, se perdeu no tempo.
Estamos em época de festa junina, e não me deparo tanto com aquela porção de criancinhas lindas pela rua, 'fantasiadas' de Sinhozinhos e Nhazinhas, como via anos atrás. Recordei que no ano passado fui em uma festinha junina de um 'sobrinho-adotivo', que me deixou chocada. Primeiro que a trilha sonora se resumia entre Kelly Key e Calcinha Preta (pasmem! Era festa da turminha primaria!). Depois as gincanas, que passavam longe de pescaria e corrida do ovo na colher, passando a torneios de Wii e coreografias eufóricas em tapetes eletrônicos!
Como uma boa 'tia' participativa é claro, fui a caráter e passei "O Carão", quando as outras 'tias' e mães se depararam com algo tipo monitora de acampamento infantil travestida de Nha Benta! Eu, no caso... :)
Bem, chegada a hora da Miss Caipirinha! Jesus me abana! Nunca vi tanta sexualidade em tantos protótipos de gente. Meninas de 12, 10 e 7 anos, desfilando rebolantes, enquanto marmanjos distribuiam 'fiu-fius' como que para musas da Playboy em cena! E quanto mais novinhas, mais assovios de prêmio! Choquei. As pequerruchas faziam caras e bocas, sem sequer (e assim espero) saber o que estavam ensinuando! E de caipirinha, N-A-D-A! Uns trajes auto-colantes pelo corpinho ainda em formação, olhinhos marcados por maquiagem carregada que eu mesma mal faço em festas a rigor! Praticamente pequenas Beyonces e Shakiras, pra lá e pra cá.
Aquele dia saí totalmente pensativa, querendo saber aonde foi parar todo o sentido da 'tradicional' festa junina. Não me ative a perguntar as crianças alí, o que era para elas o sentido daquele evento, porque acho que na verdade, tive era medo da resposta.
Nada contra a febre do entretenimento (barato) que a TV impõe na sociedade, principalmente, na criançada. Cada um com seu ganha-pão, fazer o quê. Mas convenhamos: ao menos as escolas poderiam zelar pela preservação da cultura do país, promovendo manifestações como a festa junina, na sua forma mais íntegra possível. São raros os momentos em que nos permitimos vivenciar tais resgates, e é papel de insituições como a escola E A FAMILIA, apoiar esse movimento.
Dançar Quadrilha, correio elegante, bandeirolas, guerrinha de biribinha, barraquinhas de cachorro-quente, quentão e pipoca... ganhar latas de sardinha e caderno de brochura como prenda, corrida de saco, pescaria e dança das cadeiras... vai me dizer que ao menos uma vez no ano, não é gostoso se permitir a brincadeiras tão simples e inocentes como essas?!
De novo eu... rs..rs..
ResponderExcluirConcordo com você! Mas eu não iria me vestir de caipira aqui... cada cultura é cada cultura..rs..rs.. Você esqueceu da maçã-do-amor apesar de não gostar do tradicional, com granulado de chocolate é melhor, e a cadeia feita de bambu, não lembro o nome da brincadeira, só não gostava do correio, porque eu nunca recebia nada.. :(
Mas é isso, ótimo post... Me fez lembrar dessa fase.. que era ótima!!
Enio! Quero seus comments aqui de novo e de novo e de novo! =D Obrigada pelo carinho!
ResponderExcluirÉ tãoooo bom relembrar né! Ja diziam: recordar é reviver!
Como pude esquecer da maçã do amor! Ainda mais que foi a minha lembrancinha de casamento - ahm...cinco anos atrás! Nossa como passa!
Um beijo grande pra ti!